Há algum tempo li um livro chamado Ensaio sobre a cegueira, esse livro trata-se de uma epidemia de cegueira, onde todos numa cidade qualquer, num tempo qualquer ficam cegos exceto uma mulher , os seres humanos se mostram tal como são, fica impossível de forjar virtudes nestas condições. Se faz necessário que todos fiquem cegos para que se conheçam melhor e a si mesmo.
Neste momento estou passando por um problema onde me enquadrei exatamente no enredo desse livro.Como é grande a capacidade que temos de não perceber o que se passa no coração dos outros.Muito as vezes as coisas são tão óbvias, mesmo assim não conseguimos enxergar.Ás vezes precisamos descer lá no fundo pra saber nossas fraquezas e as mazelas do próximo.
Às vezes, por acharmos que enxergamos, nos tornamos ainda mais cegos! Nos comportamos como se tivessemos medo de conhecer um ao outro. Nossas máscaras parecem ser importantes num cenário falso que nós mesmos criamos pra nossa realidade. Gostaria de me fazer entender... Bem, quero dizer que os sentidos que possuimos deveriam ser mais presentes na identificação da nossa realidade, das pessoas com as quais convivemos. Nada de relacionamentos plastificados, qualidades super valorizadas. Não! Os defeitos também enxergados não como uma coisa ruim, mas como uma coisa boa, aproveitável. Uma cobra pode nos matar com seu veneno, mas esse mesmo veneno que mata, pode ser a cura pra algumas de nossas mazelas fisicas.
Um trecho do livro diz o seguinte:
"Tão longe estamos do mundo que não tarda que comecemos a não saber quem somos, nem nos lembrarmos sequer de dizer-nos como nos chamamos, e para quê, para que iriam servir- nos os nomes, nenhum cão reconhece outro cão, ou se lhe dá a conhecer, pelos nomes que lhes foram postos, é pelo cheiro que identifica e se dá a identificar, nós aqui somos como uma outra raça de cães, conhecemo- nos pelo ladrar, pelo falar, o rosto, feições, cor dos olhos, da pele, do cabelo, não conta, é como se não existisse, eu ainda vejo, mas até quando?"
3 comentários:
Oi Flávia!
Muito bom o seu ensaio sobre a cegueira... Também sinto que enxergar o mundo com os olhos do coração vale mais a pena! :o)
Beijo
Desde criança ouço dizer que devemos ser justos,honestos e que em nenhuma hipótese deveremos ser preconceituosos afinal de contas, perante o criador, somos todos iguais. Mas eu pergunto: Quem de nós nunca foi protagonista de situações onde algum desses adjetivos foi carro chefe pra cometer ações impensadas e imorais? pois eh, somos humanos e, como tal, repletos desses sentimentos mesquinhos que muito contribuem para a destruição da sociedade. Saramago nesse livro sugeriu que nós nos despíssemos de nossos "pré conceitos" para compreendermos o semelhante. mas, isso seria impossível afinal de contas o criador nos confeccionou com essas características para que pudéssemos vencê-las e nos tornarmos pessoas melhores. Todos nós somos protagonistas da história de nossas vidas e, no final, basta saber quem sentírá ORGULHO ou VERGONHA do que construiu ao longo de sua trajetória.
beijo cabeçuda!!!!!
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